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Simone Di Domenico
Três décadas de paixão pela fotografia
Simone Di Domenico construiu um nome na fotografia regional, ultrapassou fronteiras, realizou sonhos e não teve medo do retorno a sua base, quando o mundo pediu mais segurança em 2020
Por: Redação
Publicado em: sexta, 12 de janeiro de 2024 às 16:14h
Atualizado em: sexta, 12 de janeiro de 2024 às 16:21h

Uma profissional inquieta, criativa, que está sempre em busca do próximo desafio, aberta às oportunidades que a vida apresenta, para transformá-las em experiências transformadoras. Simone Di Domenico construiu um nome na fotografia regional, ultrapassou fronteiras, realizou sonhos, não teve medo do retorno a sua base, quando o mundo pediu mais segurança em 2020.

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Mais madura, divide seu tempo entre os projetos pessoais e a missão de compartilhar seu conhecimento com outros profissionais, por meio da participação em inúmeros eventos pelo Brasil. Nesta edição da revista Set, Simone conta um pouco da sua trajetória e quais são os novos sonhos que ela dedica amor e muito talento para tornar realidade, como a Galeria 205, em Porto Alegre, o projeto ISSI Experience e o Baile de Pré-Carnaval da Revista Set, mostrando toda sua versatilidade.

- Nos fale um pouco sobre a sua trajetória profissional, início da carreira, momentos significativos na sua evolução!

Inicio dizendo que parte do ar que respiro tem a fragrância da fotografia. Desde que nasci, ela esteve presente no meu dia a dia. Sou filha de um pai fotógrafo, José Di Domenico, e de uma mãe que sempre cuidou do lar, Matilde Di Domenico. Uma união de duas pessoas íntegras, dedicadas, batalhadoras e de fé! Sinto-me muito privilegiada pela base familiar que possuo.

Mas foi somente aos 18 anos que despertei para a fotografia, e esse despertar foi por uma necessidade e uma escolha, mas, principalmente, foi movido por um grande valor, a família! Na época, nosso pai teve um AVC, e precisei, junto com meu irmão mais velho, Cláudio Di Domenico, assumir o negócio para dar continuidade a uma construção de vida feita pelo nosso pai. Posso dizer que sou essencialmente autodidata, mas minha base na fotografia se fez especialmente com dois grandes mestres. Primeiro, meu pai, que se fez por meio do seu exemplo de vida, um fotógrafo à frente do seu tempo, criativo, dedicado, sábio e empreendedor. Também aprendi, por meio de um dos melhores mestres da fotografia brasileira, Paulo Reichert, que não ensinou apenas a técnica fotográfica, mas nos preparou para o mercado, promoveu a ética e a identidade individual dentro da fotografia. A paixão que fui potencializando ao longo do processo e do tempo é o combustível principal. Hoje, são quase 30 anos de profissão, e embora meu trabalho esteja concentrado no Sul do Brasil, já cliquei em vários Estados brasileiros e fora do país, na América do Norte e Europa.

Ser fotógrafa me oportunizou a conhecer pessoas, lugares e viver experiências inéditas, me oportunizou ensinar, subir nos palcos dos maiores congressos de fotografia do país, ministrar workshops e mover-me pelo mundo de maneira construtiva que me permitiram crescer e contribuir com a nossa profissão de fotógrafo!

- Durante a pandemia, depois de trabalhar por um período em Porto Alegre, desenvolvendo sua carreira na capital do Estado, decidiu retornar a FW. Como foi esse processo e qual o significado na sua vida?

Sempre fui uma pessoa inquieta, cheia de sonhos. Quando realizo um, já tenho outro, e sempre me pergunto: daqui a cinco anos, onde quero estar, quem quero me tornar, o que quero viver? Isso me move. Porto Alegre foi um dos maiores sonhos e desafios que já realizei. Fácil? Simples? Longe disso! Um investimento e um risco audacioso para uma fotógrafa do interior, com dois filhos e que vive essencialmente da fotografia.

Quando iniciou a pandemia, eu já estava posicionada no mercado de Porto Alegre, fotografava os clientes dos meus sonhos e morava com meus filhos Pietro e Otávio, que estavam cursando a faculdade. Alguns dias por mês, eu atendia meus clientes de Frederico Westphalen e morava com meu marido, o médico neurologista Auredi Teixeira. Tudo corria muito bem, mas de repente, tudo parou e mudou para todos nós!

Neste período de pandemia, eu e meus filhos decidimos voltar para o interior pela segurança e para estarmos mais perto de nossas famílias. O que era para ser mudanças provisórias foram parcialmente definitivas. Coloquei minha casa e meu estúdio à venda, mas acabei por alugar e continuei atendendo meus clientes de Porto Alegre uma semana por mês. Assim foi minha nova configuração de trabalho pós-pandemia.

O movimento de mudar para Porto Alegre e voltar para Frederico Westphalen foi, com certeza, um dos meus maiores aprendizados. Isso me amadureceu muito como pessoa, mãe e profissional! Posso com firmeza dizer que a mulher e a profissional que fui não são as mesmas que voltaram!

Me questiono, o que mais me realiza hoje com todo esse movimento? São meus filhos. Quando mudei para Porto Alegre, Pietro estava com idade para iniciar a faculdade e Otávio entrando no ensino médio. Nessa transição, eles viveram comigo todas as dificuldades de um recomeço. Os vi tornarem-se homens, sendo meus parceiros nos momentos de maior dificuldade. Imaginem que eles, que nunca se interessaram por fotografia, disponibilizaram-se a aprender edição de imagem e nas horas vagas da faculdade me ajudavam no estúdio. Eles também precisaram reposicionar-se em uma cidade nova, onde ninguém os conhecia, relacionaram-se com pessoas diferentes, conheceram uma nova realidade e puderam fazer as melhores faculdades do nosso país. Hoje são engenheiros de produção e mecânico, e eu acredito que são homens maduros e prontos para a vida. Isso é o que mais preenche o meu coração!

- Já faz algum tempo que tem recebido convites especiais para palestrar em eventos do setor da fotografia, compartilhando sua experiência e conhecimento. Como é este momento de dividir conhecimento, de ter reconhecida sua caminhada e qualidade de trabalho?

Estudei, experimentei e passei por praticamente todas as áreas da fotografia e também tive a oportunidade de compartilhar o que aprendi ao longo de quase três décadas de dedicação, atuando como consultora privada, também em Workshops, a ressaltar os ministrados no Instituto Internacional da Fotografia em SP e, ainda, palestrando ou compondo mesas redondas em múltiplos congressos no Brasil e fora, com destaque para o 1º Congresso Latino Americano da Fotografia na Bolívia. Também contribui para publicações digitais e como colunista em revistas de fotografia e, em 2016, tive a honra de participar do livro Iluminação Teoria e Pratica do Fotografo italiano Danilo Russo.

Para isso, é preciso continuamente reaprender e reinventar-se e, é isso que, tenho certeza, que me permite continuar crescendo no mercado tão competitivo. Dividir conhecimento é um grande impulsionador na carreira e muito gratificante, mas também extremamente desafiador. É preciso rever constantemente a trajetória, avaliar e reaprender com os erros e acertos, organizar e unir o aprendizado técnico com o prático para suprir a demanda do público e das pessoas que pretendemos ajudar! 

Quando se é reconhecida e referência em algum setor ou para algum grupo de pessoas, a nossa responsabilidade aumenta muito e o desafio também. Lembro a primeira vez que fui convidada para palestrar em um congresso, o medo, a insegurança e até a vergonha, sim vergonha de expor-me, de ser julgada e de não ser boa o suficiente eram enormes! 

Mas como lidar com isso? Só fazendo! Estudando e preparando-se. Sim, eu acredito que tudo passa por preparo e técnica, fui então estudar oratória, posicionamento em palco, imagem pessoal, tom de voz, em fim tudo o que fazia parte para que gerasse segurança em mim e credibilidade para quem me ouvisse e eu cumprisse com o papel esperado pela organização do congresso, e assim foi. Então, a partir daí a receita já estava pronta e ao longo do tempo vamos apenas aperfeiçoando e é verídica a frase que diz: quem ensina é quem mais aprende! 

Para mim, ser reconhecida pela minha caminhada na fotografia e qualidade no trabalho faz tudo o que vivi ganhar sentido e entender que a nossa força está em nossa história e a nossa história é só o resultado das nossas escolhas diárias! 

- Este ano de 2023 tem sido marcado por novos desafios, como a inauguração da Galeria 205, em Porto Alegre, envolvendo sua paixão, a fotografia. Fale sobre esta novidade e quais são os novos projetos que vão dividir espaço com sua paixão pela fotografia!

Estou amando esta minha nova fase; a fotografia sempre foi minha única paixão profissional, mas tenho me aventurado, respirando e me apaixonando por novas fragrâncias!

São vários projetos sendo colocados em prática e acontecendo paralelamente à fotografia. Vou iniciar, então, contando um pouco sobre a Galeria 205, um novo empreendimento em Porto Alegre.

Quando, em 2012, comprei minha casa em Porto Alegre, eu tinha o sonho de torná-la referência dentro da fotografia. Uma casa clássica, construída em 1951, com colunas imponentes, de dois andares, com muitos e grandes cômodos. Ali vivi por aproximadamente oito anos e tive meu estúdio; agora, ela tornou-se o que era minha visão e o sonho inicial, uma referência para fotógrafos!

A Galeria 205, em Porto Alegre, foi recentemente inaugurada, junto com mais duas empresas sócias, a Fe Alves e a UP Color. A Galeria 205 é um espaço inovador e sofisticado, redefinindo como fotógrafos e empreendedores na área da imagem e beleza vivenciam seu trabalho. O empreendimento facilita os negócios desses profissionais, fornecendo estrutura e equipamentos, onde os fotógrafos têm acesso a estúdios para locação, workshops, estética de alto padrão, network e localização privilegiada! Um empreendimento sólido e embasado por profissionais com experiência no mercado fotográfico e, além do mercado de Porto Alegre, também de outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro e, assim como eu, apaixonados pela fotografia e com mais de 20 anos de experiência!

Paralelo a isso, também está desabrochando velozmente o projeto que tenho com minha amiga de longa data e estilista Iva Regina. Juntas, idealizamos a ISSI Experience, uma iniciativa que busca criar experiências transformadoras para mulheres, visando o crescimento pessoal e o desenvolvimento de habilidades. A ideia por trás do projeto é proporcionar vivências por meio de encontros, palestras, eventos e viagens que instiguem, inspirem e resultem em evolução, tanto em nível individual como coletivo.

O primeiro grande evento aberto da ISSI acontecerá no dia 26 de março de 2024, trazendo como palestrante a conceituada estrategista de imagem Leila Ama, reconhecida no cenário nacional por sua defesa da importância de uma imagem pessoal bem-sucedida. Sua palestra oferece uma imersão dedicada ao autodesenvolvimento e à construção estratégica da imagem pessoal, um evento único e imperdível.

Um terceiro projeto faz parte desse meu novo momento, em parceria com Patricia Cerutti, do jornal O Alto Uruguai, que é o Baile de Pré-Carnaval da Set, um evento que resgatará o que faz parte da nossa cultura brasileira e ocorrerá no dia 27 de janeiro de 2024, no Clube Harmonia de Frederico Westphalen. Um baile para vivenciarmos o Carnaval e que trará, para a sua abertura, a escola de Samba vencedora do Carnaval 2023 de Porto Alegre, a Restinga.

Durante toda a minha vida profissional, presenciei e fotografei grandes eventos e também promovi eventos. Há quase 20 anos, fui sócio-proprietária da danceteria Open de Rodeio, que movimentou e embalou toda a nossa região!

Hoje, sinto-me realizada e preparada para um novo ciclo que vem junto com 2024. Olhando para como tudo aconteceu e acontece, acredito que a nossa história se faz a partir de como olhamos para o mundo, se faz a partir dos nossos sonhos, da nossa visão, dos nossos valores e, principalmente, da energia e coragem que desprendemos para viver!

Sou e acho que sempre serei fotógrafa, pois essa é uma profissão que, além de ajudar as pessoas a guardarem as suas memórias para o futuro, também traz a elas novas percepções de si mesmas, reforça sua imagem pessoal, sua autoestima e, consequentemente, as ajuda a gostar mais de si próprias. O resultado disso é que tudo ao redor melhora!

 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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