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Especial
Um laço de amor para além da vida
As mamães Cássia Pinheiro e Suzana Cassol Tur compartilham suas histórias de superação e dedicação para realizarem o maior sonho de suas vidas, a maternidade
Por: Márcia Sarmento
Publicado em: sexta, 17 de maio de 2024 às 16:22h
Atualizado em: sexta, 17 de maio de 2024 às 16:33h

O que representa ser mãe? Essa é uma definição complexa, carregada de sentimentos e que só pode ser respondida por quem, de fato, vive essa experiência de dedicar sua vida para proteger, amar e defender, acima de seus interesses, a existência de outro ser. O dia 12 de maio foi delas, e contar belas histórias foi uma forma de homenagear essa figura tão importante para todos nós.

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A agente de saúde de Frederico Westphalen, Suzana Cassol Tur, tem, pelo menos, três ótimos motivos para comemorar a data, ao lado do marido, Junior Clemente Tur. Eles são pais da Maria Eduarda, de 14 anos; Vitória, 12 anos; e do Davi, de cinco aninhos. E essa história envolve muita coisa, inclusive, um acontecimento que a família não esperava e que marca uma trajetória cheia de amor, dedicação e também de aprendizado conjunto.

Suzana conta que a vontade de adotar sempre fez parte da vida do casal, mesmo antes de receberem o diagnóstico que não poderiam ter filhos de forma natural. Em 2012, ela e o marido resolveram fazer a segunda tentativa de fertilização, a partir do qual obtiveram cinco embriões. Três foram transferidos e dois foram congelados, quando Suzana conseguiu engravidar.

– Foi uma gravidez até a 26ª semana. Nosso bebê nasceu prematuro, pesando 570 gramas e medindo 33 centímetros, ficando hospitalizado em Ijuí. Quando estava com 2,8 quilos, o Enzo teve várias paradas cardíacas e, infelizmente, morreu com três meses. Nosso mundo desabou. Então, resolvemos conversar com a assistente social do fórum do município. Como a maioria prefere adotar bebês, decidimos ampliar a idade e definir que aceitávamos receber irmãos, o que agilizou o processo de adoção – detalha Suzana.

A chegada das meninas

A partir da alteração dos requisitos, a doação foi mais rápida. “Perdemos nosso bebê em agosto, e em dezembro, conhecemos a Maria Eduarda e a Vitória. Logo que as encontramos, sabíamos que éramos os pais delas. Cinco dias depois, conseguimos a guarda provisória. Não foi uma adaptação fácil, pois a Maria tinha dois anos e meio e a Vitória, um ano e meio, elas já compreendiam tudo. Foi assustador no início, mas, aos poucos, fomos todos nos acostumando e, principalmente, criando laços afetivos”, relembra a mãe.

O Davi

Em 2018, Suzana e o marido resolveram implantar os dois embriões restantes que estavam congelados. “Eu já estava com 41, e as lembranças me deixaram com muito medo. Mas não tinha como esperar e, consegui engravidar novamente. Era outro menino! Claro que foi uma gravidez marcada pela ansiedade, angústia, mas tivemos ajuda de muitas pessoas, sem contar o médico excelente, e nosso filho e maninho Davi nasceu saudável”, comemora a agente de saúde.

A mãe Cássia

Cássia Pessotto Pinheiro e o marido Samuel Kemetc resolveram, em 2012, que já era hora de ter o primeiro filho. Ela engravidou apenas um ano depois e, infelizmente, teve um aborto com sete semanas. Depois de seis meses, aconteceu a gravidez de gêmeos, mas um deles ficou preso na trompa, causando problemas que dificultaram ainda mais a possibilidade de uma gestação natural.

– Após o período de recuperação, engravidei novamente, mas perdi. Entrei em desespero porque queria muito ser mãe. Então, meus pais nos deram todo o apoio de realizarmos nosso sonho de sermos pais. Fomos a Passo Fundo, em um médico especializado em gestação de alto risco, e iniciamos os exames e o tratamento. E foi nessa trajetória que descobrimos que a alternativa viável seria a fertilização – recorda Cássia.

Em 2017, foram implantados dois embriões. Um deles se desenvolveu, e nasceu o guerreiro Victor. Com três embriões ainda guardados para uma futura inseminação, em 2020, Cássia trabalhava na linha de frente na pandemia e, no fim de julho, começou a sentir muito cansaço e dores no corpo. “Não tomava contraceptivos e, devido ao excesso de trabalho e estresse do período, não me preocupei com meu período menstrual. E quando fui fazer os exames, lembro que era uma segunda-feira, foi confirmado que eu estava grávida, de forma natural, aos 38 anos”, comemora.

Pandemia, preocupações com a gravidez de risco, foram obstáculos vencidos pelo casal, até a chegada da Isadora. “Ser mãe é ter o coração fora do peito, não sou ninguém sem meus filhos. Lutamos muito, foram mais de 200 viagens a Passo Fundo por esse sonho e por toda a minha vida vou lembrar que Deus ouviu as minhas preces. A maternidade me tornou uma pessoa totalmente diferente. Qualquer dificuldade que eu venha a enfrentar se acaba quando abro a porta de casa e meus dois filhos vêm me encontrar”, finaliza Cássia.

 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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