Quantas vezes você já recebeu alerta de tempestade e essa previsão não se confirmou? Quantas vezes você leu a mensagem, olhou para o céu e decidiu ignorar o aviso? Seja pela quantidade exagerada de mensagens ou pela imprecisão das mesmas, os alertas por SMS, implementados desde 2012 pela Defesa Civil do RS, foram banalizados por grande parte da população gaúcha, que já não dá a devida atenção aos avisos.
Comunicação mais clara e específica
Buscando recuperar a credibilidade, a Defesa Civil do RS trabalha na mudança do funcionamento dos alertas por SMS. A nova padronização contará com indicativo de cores seguindo a metodologia internacional estipulada pelo Common Alerting Protocol (CAP). “Nossa ideia é que a gente consiga chegar a essas cores com um texto padrão para que fique ainda mais claro o que estamos dizendo. Se é para elas adotarem uma medida urgente ou se é para terem apenas cuidado”, disse a tenente-coronel Ana Maria Hermes, diretora do Departamento de Gestão de Riscos da Defesa Civil Estadual. Ela destaca também que as novas mensagens serão mais específicas. Se existir a necessidade de evacuar o local por risco de enchentes, por exemplo, a mensagem deixará isso explícito e não conterá apenas “chuva intensa”.
As palavras-chave e textos, assim como as cores, serão divulgadas à população logo que forem definidas, para garantir maior eficiência na comunicação e evitar indiferenças ou pânico desnecessário, visto que muitas pessoas passaram por grande trauma no ano passado. A expectativa é de que o novo sistema já esteja em funcionamento no fim de abril, quando se completará um ano das enchentes que atingiram o estado em 2024. Para se cadastrar e receber os alertas, os cidadãos devem enviar um SMS com o CEP da sua residência para o número da Defesa Civil, que é 40199.
Prevenção para novos eventos extremos
Em caso de novas inundações, é bom estar preparado para evitar danos maiores, sejam eles patrimoniais ou físicos. Segundo o capitão da reserva do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, especialista em Gestão de Desastres pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e fundador da ONG Humus, Léo Farah, o poder público deve criar planos de contingência afim de evitar ou minimizar os desastres. Por parte da população, é importante ter kits com lanternas, documentos pessoais, apitos para avisar vizinhos e pequenas cordas para salvamentos rápidos em correntezas podem ser efetivas e auxiliar em ações imediatas de resgate.