O espaço Conexão Expofred Agro foi palco, nesta quinta-feira, 1º, de uma conversa de alto nível sobre tecnologia no campo. No episódio especial do podcast “Nanotecnologia no Agro”, apresentado pela jornalista Margarete Ludwig e produzido pelo jornal O Alto Uruguai, o convidado Alexsandro Gonçalves Rosa, engenheiro agrônomo da Fortifol, trouxe informações valiosas sobre como a nanotecnologia vem transformando o cenário da agricultura brasileira.
Reconhecida nacionalmente e com raízes em Santa Bárbara do Sul, a Fortifol é referência em fertilizantes tecnológicos e aposta na inovação como aliada da produtividade e da sustentabilidade. “Estamos saindo de produtos convencionais e entrando numa linha de ativação de plantas e indução de resistência, com foco em nanopartículas”, destacou Alexsandro. Segundo ele, a nanotecnologia permite que pequenas doses — de 150 a 300 ml por hectare — sejam suficientes para alcançar altos tetos produtivos, com menor impacto ambiental.
Durante o bate-papo, o engenheiro agrônomo ressaltou que a nanotecnologia, embora não seja uma novidade global — com pesquisas iniciadas ainda em 1959 —, ganha agora protagonismo no campo. O Brasil projeta investimentos de mais de 620 bilhões de dólares até 2028 no setor, alinhando-se aos objetivos da ONU até 2030 para a produção de alimentos mais saudáveis e sustentáveis.
– Estamos produzindo mais proteína, que é o que o mundo quer, e com qualidade. A demanda por grãos de soja com 38% a 40% de proteína, por exemplo, nos coloca como destaque global”, explicou Alexsandro. Ele lembrou que a expansão da agricultura no Rio Grande do Sul não deve mais ser horizontal, devido à limitação de terras, e sim vertical, com foco no aproveitamento máximo de cada hectare.
A Fortifol já exporta sua tecnologia para estados como a Bahia — um dos que mais crescem em produtividade — e segue investindo em pesquisa. “Nenhum produto nosso vai ao mercado com menos de cinco anos de estudo. Hoje temos 150 produtos validados, todos desenvolvidos com base em ciência e fisiologia vegetal”, pontuou.
No encerramento, o profissional reforçou que o futuro do agro exige mais agronomia e menos achismo. “Aplicar na hora certa, com a dose certa, faz toda a diferença. Estamos saindo do ‘eu acho’ e entrando no ‘eu sei porque pesquisei’. Esse é o caminho para reduzir custos, aumentar produtividade e garantir qualidade”, concluiu.
O podcast está disponível nas plataformas digitais do jornal O Alto Uruguai e também integra a programação especial da Expofred 2025, evento que segue até domingo, 4 de maio, em Frederico Westphalen.
