A Whey do Brasil Alimentos S.A. iniciou oficialmente suas operações nesta sexta-feira, 13, em Palmeira das Missões. A indústria foi formada a partir da união de sete laticínios da região: Mandaká, Friolack, Frizzo, Stefanello, Kiformaggio, São Luis e Doceoli.
A unidade vai processar soro de leite e produzir derivados em pó, como whey protein e compostos lácteos. Os produtos atendem aos setores alimentício, animal e farmacêutico. O Brasil ainda importa cerca de 75% da proteína de soro que consome.
O projeto teve início em 2017 com a elaboração de um pré-projeto técnico. Em 2019, sete empresas formalizaram um consórcio para assumir a planta desativada da Nestlé no município. Com a pandemia em 2020, os planos foram interrompidos e retomados em 2021. A fábrica foi instalada em uma área de 25 mil metros quadrados.
A planta tem capacidade inicial de processamento de 1,2 milhão de litros de soro por dia, convertendo esse volume em cerca de 100 toneladas de produtos em pó. A estrutura foi projetada para alcançar, no futuro, o dobro da capacidade, com até 2,5 milhões de litros por dia. O investimento total foi estimado entre R$ 170 milhões e R$ 250 milhões. Cerca de 150 empregos diretos e indiretos foram gerados na primeira etapa.
Durante a inauguração, o presidente da Mandaká, Wlademir Pedro Dall Bosco, destacou que o projeto exigiu decisões coletivas, compromisso dos sócios e superação de entraves estruturais e logísticos. Ele também afirmou que a indústria representa uma alternativa para agregar valor a um subproduto antes descartado, o soro de leite.
O governador Eduardo Leite participou da cerimônia. Ele afirmou que a nova fábrica fortalece a cadeia do leite no Estado, agrega valor à produção primária e reduz passivos ambientais. Segundo ele, o empreendimento é exemplo de empreendedorismo coletivo, sustentabilidade industrial e inovação fora dos grandes centros.
Leite visitou as instalações da planta, reuniu-se com diretores das empresas associadas e com o prefeito Evandro Massing. Ele também confirmou que voltará à região até agosto para inaugurar a ERS-591, rodovia que liga o distrito de Castelinho, em Frederico Westphalen, a Ametista do Sul.
A unidade foi equipada com sistemas para reuso de água, cogeração de energia e controle de impacto ambiental. O soro de leite, que antes era descartado, agora é reaproveitado como insumo industrial.
O prefeito de Palmeira das Missões, Evandro Massing, afirmou que o projeto foi viabilizado por meio de articulação entre empresas, entidades do setor e instituições públicas. O vice-prefeito, Régis Lorenzoni, disse que o município entra em um novo polo de industrialização de derivados lácteos no Estado.
O prefeito de Rodeio Bonito, Paulo Duarte, onde está instalada uma das empresas do consórcio, destacou os efeitos positivos sobre a arrecadação de ICMS e a geração de empregos. Também participaram da solenidade autoridades estaduais, municipais e lideranças do setor agroindustrial.