A presidente da Famurs e prefeita de Nonoai, Adriane Perin de Oliveira, se reuniu nesta terça-feira (9) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília, para tratar dos impactos da tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras. No encontro, a dirigente apresentou um documento com as principais demandas dos municípios gaúchos diante da crise que já atinge empresas e empregos, e que ameaça reduzir receitas municipais.
Segundo Adriane, o setor florestal e moveleiro é o mais afetado pela taxação. O segmento é responsável por mais de 70% das exportações gaúchas da indústria de transformação com destino aos EUA. O tarifaço também gera graves prejuízos às indústrias de calçados e couro, metalmecânica, de máquinas agrícolas e de alimentos e bebidas.
Pedidos da Famurs ao governo federal
No documento entregue ao vice-presidente, a Famurs solicita a atuação imediata do governo federal em cinco frentes principais:
• Intensificação da negociação diplomática com os EUA, buscando a eliminação ou, ao menos, a redução da tarifa;
• Articulação emergencial no Congresso Nacional para adoção de medidas de apoio aos exportadores;
• Inclusão do setor madeireiro na lista de exceções da ordem executiva norte-americana ou limitação da tarifa a 10%;
• Diversificação dos destinos de exportação, ampliando mercados alternativos e reduzindo a dependência dos EUA;
• Criação de um programa emergencial de apoio e manutenção de empregos, inspirado nas medidas aplicadas durante a pandemia da Covid-19.
Impactos nos municípios gaúchos
O Rio Grande do Sul é o 5º maior estado exportador para os EUA e o mais impactado entre os cinco primeiros. Dos 87,5% dos embarques gaúchos destinados ao mercado norte-americano, nenhum foi incluído na lista de exceções anunciada.
Entre os efeitos diretos provocados pelo tarifaço sobre os municípios estão a redução da arrecadação de impostos (ISSQN e ICMS), o risco de desemprego, a ampliação da vulnerabilidade social e a queda de investimentos em cadeias produtivas. As regiões mais impactadas incluem os Vales do Taquari, Paranhana e Caí, além de Serra, Planalto e Noroeste.
Em resposta aos apelos dos prefeitos gaúchos que participaram da reunião, Alckmin sinalizou que compreende a gravidade da situação e indicou que o governo está trabalhando em um conjunto de medidas concretas para mitigar os efeitos setoriais da taxação, incluindo a oferta de crédito, postergação de tributos e apoio com compras governamentais. “A sobrevivência de centenas de empresas e milhares de empregos nos municípios gaúchos depende de ações rápidas e coordenadas do governo federal, que possui os canais adequados para resolver esse impasse diplomático. Viemos a Brasília para que a União compreenda a dimensão desse tema para o Rio Grande do Sul e adote medidas concretas”, destacou Adriane.