Outubro é o mês dedicado à conscientização sobre a saúde da mulher, com foco especial na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama o tipo mais comum e com maior mortalidade entre as mulheres no Brasil.De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para o triênio 2023-2025 é de cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama por ano, resultando em aproximadamente 20 mil mortes anuais (DataSUS/SIM).
Na macrorregião Norte do Rio Grande do Sul, os números também preocupam. Dados do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN) apontam que, em 2014, foram registradas cerca de 110 mortes por câncer de mama. Em 2023, esse número subiu para 169 óbitos, representando um aumento de 53% em uma década. No total, mais de 1,2 mil pessoas morreram de câncer na região nos últimos dez anos. Em Passo Fundo, principal cidade da macrorregião, 271 mulheres perderam a vida no período uma média de quase 30 mortes por ano.
Esses índices reforçam a necessidade de atenção aos sinais do corpo, da realização de exames preventivos e do acompanhamento médico regular. A mamografia e a ultrassonografia devem ser feitas anualmente a partir dos 40 anos, ou antes, em casos de histórico familiar. A detecção precoce é essencial, já que, conforme a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, os índices de cura podem chegar a 90% quando o câncer é identificado em estágio inicial. Embora raro, o câncer de mama também pode atingir homens. Por isso, qualquer alteração na região mamária deve ser avaliada por um mastologista.
Casos específicos como pessoas com predisposição genética ou histórico familiar da doença exigem acompanhamento médico mais frequente, com a realização de ressonância magnética, ultrassom ou biópsia, conforme orientação profissional. O autoexame é uma ferramenta importante, mas não substitui os exames clínicos.
Aumento entre mulheres jovens
Embora a incidência do câncer de mama seja maior após os 50 anos, o Inca alerta para o crescimento de casos em mulheres jovens, inclusive abaixo dos 35 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), os registros nessa faixa etária subiram de 2% para 5% nos últimos anos, o que tem chamado a atenção de especialistas em todo o mundo.
Principais sinais e sintomas
Nódulo endurecido, geralmente indolor (principal manifestação).
Alterações no mamilo.
Nódulos nas axilas ou no pescoço.
Saída espontânea de líquido de um dos mamilos.
Alterações na pele da mama (retraída, rugosa, avermelhada ou quente).
Como prevenir
Além dos exames regulares e da atenção aos sintomas, alguns hábitos ajudam a reduzir o risco da doença:
Praticar atividade física regularmente.
Manter peso corporal adequado.
Adotar uma alimentação saudável, com frutas, verduras, legumes, cereais integrais e leguminosas.
Evitar bebidas alcoólicas e não fumar.
Realizar o autoexame das mamas com frequência.
Amamentar, sempre que possível.
Neste Outubro Rosa, a mensagem é clara: prevenir é o melhor caminho. O diagnóstico precoce salva vidas e cuidar da saúde deve ser sempre uma prioridade.
Bruna A. Getelina | Ginecologista e Mastologista