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Sertanejo
Quatro anos sem Marília Mendonça: a voz que nunca se calou
Rainha da sofrência segue viva na memória dos fãs e na história da música brasileira
Por: Henrique Brocco
Publicado em: quarta, 05 de novembro de 2025 às 15:10h
Atualizado em: quarta, 05 de novembro de 2025 às 15:40h

Nesta quarta-feira, 5 , completam-se quatro anos desde a morte de Marília Mendonça, uma das artistas mais marcantes da música popular brasileira nas últimas décadas. A cantora, que transformou o sertanejo com letras sinceras e potentes sobre amor, dor e independência feminina, perdeu a vida aos 26 anos em um acidente aéreo em Piedade de Caratinga (MG), quando viajava para realizar um show.

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O avião em que ela estava colidiu com fios de alta tensão próximos ao aeroporto da cidade, provocando a queda que vitimou a artista, o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, além do piloto e do copiloto. A tragédia comoveu o país e gerou uma das maiores mobilizações de luto da história recente da música brasileira.

Uma trajetória meteórica

Natural de Cristianópolis (GO) e criada em Goiânia, Marília Mendonça começou a compor ainda na adolescência. Aos 12 anos, já escrevia músicas para outros artistas, e antes mesmo de estourar como cantora, assinava sucessos interpretados por nomes como Jorge & Mateus, Henrique & Juliano e Cristiano Araújo.

Em 2016, lançou seu primeiro DVD, gravado em Goiânia, que apresentou ao público faixas como Infiel e Alô Porteiro. O sucesso foi imediato. Marília se tornou um fenômeno nacional e abriu espaço para uma nova geração de mulheres no sertanejo — um gênero historicamente dominado por homens. Sua autenticidade e identificação com o público feminino a transformaram em símbolo de empoderamento e representatividade.

Entre 2017 e 2019, a artista acumulou recordes de público e de streaming, com turnês lotadas e bilhões de visualizações nas plataformas digitais. Em 2019, anunciou uma pausa temporária nos shows devido à gravidez de seu filho, Léo, fruto de seu relacionamento com o cantor Murilo Huff. Pouco tempo depois, retornou aos palcos com ainda mais força, consolidando-se como uma das artistas mais ouvidas do país.

Legado e memória

Mesmo após sua morte, Marília Mendonça segue presente no imaginário popular e nas playlists dos brasileiros. Projetos póstumos, como os volumes da série Decretos Reais, lançados pela família e equipe da cantora, mantêm viva sua voz e mostram a extensão do material que havia sido preparado antes da tragédia.

As canções, que falam de amor, coragem e recomeço, continuam emocionando e inspirando milhões de fãs. Plataformas de streaming como Spotify e YouTube registram, ano após ano, números expressivos relacionados à artista, que segue entre as mais ouvidas do Brasil.

Nas redes sociais, as homenagens se multiplicam. Fãs, colegas de profissão e familiares lembram o carisma e a generosidade de Marília. A mãe da cantora, Ruth Moreira, tem se dedicado a preservar o legado da filha, enquanto o filho Léo, hoje com quase seis anos, vive sob a guarda do pai e é constantemente lembrado com carinho pelos admiradores da artista.

Uma perda que o Brasil não esquece

A morte de Marília Mendonça marcou profundamente o país. Em 2021, uma multidão acompanhou o cortejo em Goiânia, num dos maiores velórios públicos da história da música brasileira. Cidades inteiras pararam, rádios tocaram suas músicas em homenagem e artistas de todos os gêneros se uniram em tributos emocionados. Quatro anos depois, a ausência ainda é sentida, mas sua arte continua sendo celebrada — seja nas vozes de quem canta suas músicas, seja na força que ela transmitiu a toda uma geração. Marília Mendonça se foi cedo demais, mas deixou um legado imenso. Sua voz, que falava de amor e de verdade, segue ecoando, lembrando que, mesmo em meio à dor, a música tem o poder de eternizar quem a faz com alma.

 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai