A Delegacia de Polícia de Frederico Westphalen ampliou as ações de enfrentamento aos crimes digitais. A unidade mantém uma divisão especializada na apuração de fraudes eletrônicas, criada há alguns anos e estruturada para acompanhar a evolução desse tipo de delito. O delegado Jacson Oiliam Bones afirma que o perfil das práticas criminosas mudou. “Hoje o criminoso não vai mais entrar na casa das pessoas, mas simplesmente vai entrar pelo WhatsApp ou pela instituição bancária e retirar valores por meio de estelionato e fraudes eletrônicas”, disse.
Quase 200 inquéritos em andamento
Até cerca de um mês, o levantamento da delegacia registrava 198 inquéritos policiais em andamento e 210 ocorrências referentes a crimes digitais em 2025. Os números representam crescimento em relação aos últimos cinco anos, impulsionados pelo avanço da digitalização e pela percepção de que esse tipo de golpe oferece baixo risco aos autores.
Prejuízo supera meio milhão de reais
A Polícia Civil estima que, somente em 2025, os golpes aplicados no município tenham superado meio milhão de reais em prejuízos, considerando valores em dinheiro e bens subtraídos das vítimas. Parte dos recursos já foi recuperada, incluindo todo o montante retirado de uma vítima do golpe do bilhete premiado e veículos de investigados.
Equipe especializada e trabalho sigiloso
Uma policial atua exclusivamente na apuração dos crimes virtuais, participando de cursos e treinamentos contínuos. Ela ingressa agora no terceiro ano de trabalho no setor. Por motivos de segurança e para não comprometer investigações em andamento, sua identidade não pôde ser divulgada. Segundo o delegado de FW, a preservação dos servidores que investigam golpes digitais é fundamental para evitar exposição, já que os alvos monitoram ambientes virtuais com frequência. “Os policiais devem ter a imagem preservada, principalmente aqueles que atuam diretamente na investigação”, destacou Bones.
Fraudes mais comuns na região
Entre os crimes mais frequentes está o golpe do falso advogado, no qual o autor se passa por profissional do Direito e afirma que a vítima tem valores a receber em ações judiciais, exigindo pagamento antecipado de taxas. Outro golpe recorrente é o do falso intermediário na venda de veículos, quando o golpista se insere na negociação e engana simultaneamente comprador e vendedor. Também são comuns ocorrências de criminosos que usam a tática do “novo número de WhatsApp”, se passando por familiares para solicitar transferências e pagamentos.
Operações realizadas em 2025
A delegacia realizou três operações em 2025. Entre elas, a Operação Contra Golpe, que prendeu quatro integrantes de uma quadrilha especializada em golpe do bilhete premiado e recuperou R$ 12.033,90. A Operação Atração Fatal prendeu um investigado por extorsão praticada com contatos obtidos em plataforma de acompanhantes e apreendeu três veículos. Já a Operação Falso TED desarticulou grupo responsável por falsificação de comprovantes de transferência e movimentação de veículos obtidos em golpes, com bloqueio de valores que podem ser destinados ao ressarcimento das vítimas.
Expectativa de avanço em 2026
O delegado destaca que 2025 marcou a consolidação dos primeiros resultados expressivos, com condenações, prisões preventivas e recuperação de valores. “A expectativa para 2026 é melhorar ainda mais esses números, tanto na recuperação dos valores quanto em indiciamentos e condenações”, afirmou.
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