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Mulheres que inspiram
Entre o trabalho e a família, conheça a trajetória de Fabiana Faccin
A procuradora de Alpestre conta como dividir tarefas e enfrentar os desafios em uma profissão de grande relevância para o desenvolvimento municipal
Por: Wagner Stan
Publicado em: quarta, 24 de maio de 2023 às 16:36h
Atualizado em: quarta, 24 de maio de 2023 às 16:43h

Fabiana Faccin demonstra em sua fala e em seus gestos o amor pela família e pela sua profissão. Não é algo fácil, se manter com dedicação no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, ser presente na vida da família. Mas, isso é algo que Fabiana tem conseguido manter e que tem inspirado outras mulheres. 

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Atualmente procuradora do município de Alpestre, Fabiana, não escolheu o Direito, mas ele a escolheu. Natural de Caiçara, ela se mudou para Frederico Westphalen com 17 anos. No período de escolha da faculdade, Fabiana desejava cursar Psicologia, e chegou a ser aprovada para cursar na Unijuí, mas por uma decisão mais cômoda, decidiu estudar na universidade a qual era vizinha, a URI/FW, e foi ali onde iniciou sua trajetória no Direito. “Depois de começar o curso, nunca pensei em trancá-lo ou mudar de área, eu me encontrei ali”, destacou Fabiana.
 
Fabiana se graduou em Direito na URI/FW, e hoje conta com pós-graduação Lato sensu em Direito Público e Privado pela mesma universidade. É mestranda em Direito Internacional pela Universidade Autônoma de Assunción (UAA), em Assunción, no Paraguai, e já realizou diversos cursos na área do Direito Administrativo por empresas e associações do ramo, assim como, recentemente, concluiu um curso de extensão em Avaliações de Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), área em que atua. 

No mercado de trabalho, Fabiana iniciou prestando assessoria jurídica para a Câmara de Vereadores de Caiçara, depois para a Administração de Lajeado do Bugre e de Planalto, e após foi aprovada em concurso público para atuar como procuradora do município de Alpestre, onde atua há mais de 10 anos. 

Barreiras a serem ultrapassadas 
Desafios são constantes na área do Direito Administrativo, mas Fabiana destaca que no início de sua carreira foi o pré-conceito estabelecido pelos outros, e, também, por ela mesma, que dificultaram a caminhada. A procuradora diz que um conceito já formado por aqueles que recebem novas pessoas no ambiente de trabalho, de duvidar na capacidade do novo é um dos desafios. Assim como, relembra que o ego inflado de quem inicia também pode atrapalhar. Acreditar que já tem todo o conhecimento necessário e ser mais “moderno” que os demais pode gerar conflitos. “Em resumo precisamos aprender a lidar com o nosso ego e, com a dúvida dos outros, e estar dispostos a repensar tudo que sabemos do direito administrativo, pois realmente na prática ele não tem nada a ver com as demais áreas, e está em constante evolução”, frisa Fabiana.

Profissionalismo mesmo que desagrade
Mesmo destacando o Direito Administrativo, o cargo de procurador acaba trabalhando com demais áreas de atuação, principalmente em municípios menores. “Como sou a única no cargo, e isso é bastante comum nos municípios menores, acabo tendo que atuar em diversas áreas ao mesmo tempo além do Direito Administrativo: Cível, Tributário, Trabalhista, Previdenciário, Direitos Humanos, entre outros”, disse Fabiana.
Além disso, a procuradora destaca a atuação do procurador em defesa do município e não de agentes políticos, privados ou públicos. “O procurador zela pela correta aplicação das leis na gestão pública, e pode e deve agir contra aqueles que a violarem... Isso, nem sempre é visto com bons olhos por alguns agentes políticos, que entendem que seus atos somente podem ser questionados por órgãos de fiscalização externa (Tribunal de Contas, Ministério Público e Judiciário). Diante disso, muitos enfrentam retaliações em salários, direitos, assédios morais, denúncias, decisões questionadas, intervenções em questões técnicas, entre outras”, disse. 
A procuradora destaca ainda que, mesmo com estas barreiras, a ação do procurador é gratificante, pois “de forma silenciosa faz a diferença na vida de todos os cidadãos dos municípios que atuamos”. Fabiana já trabalhou e vem trabalhando em diversos processos de relevância na região. E, entre os planos para o futuro profissional, a procuradora estuda a possibilidade de investir na área do Direito Administrativo, para o ramo privado.

Nos bastidores 
Fabiana é casada com o empresário Magnos Bandiera e tem duas filhas, Caroline Faccin Bandiera, de 9 anos, e Martina Faccin Bandiera, de 5 anos. A rotina é corrida, mas Fabiana busca ter tempo para estar próxima de sua família o máximo possível. E, é isso que, segundo ela, torna a vida das profissionais mulheres tão pesada: o fato de querer ser o melhor possível dentro e fora de casa. 

Hoje, Fabiana escolheu abrir mão de parte de sua carga horária para estar mais presente na vida de suas filhas e do cuidado com a família. A procuradora destaca que ajuda nas atividades extracurriculares. “Por exemplo, semana passada, eu fui para a Usina Hidrelétrica (de Alpestre) com ela, pois tinham que fazer um trabalho de uma maquete sobre energia hidrelétrica. Então fui para lá com ela para mostrar como era. Sempre ajudo nos estudos. Embora não seja uma tarefa fácil conciliar tudo isso. Por isso que a vida acaba sendo bastante corrida, né? Porque a gente não quer abrir mão. A mulher não quer abrir mão... É uma maratona, mas a gente se vira e eu faço isso com todo amor e carinho.

Além disso, Fabiana também reserva um tempo para si, adora viajar. A procuradora também faz parte da diretoria do Clube Independente, em Planalto, onde reside. O clube planaltense é o primeiro clube cuja diretoria é formada somente por mulheres. Em Alpestre, onde trabalha, Fabiana participa da Associação Amigos das HQs, que tem como objetivo arrecadar fundos para a publicação de Histórias em Quadrinhos e outros livros, além de incentivar a leitura. Na área da literatura, a procuradora tem entre suas metas para 2023 o lançamento de um livro de histórias para o público infantil com o objetivo de contribuir na educação das crianças por meio do lúdico. 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
Fotos
Vitrine do AU