Você já parou para pensar como está crescendo o número de empreendimentos voltados para atender um nicho muito específico? Falo de academias personalizadas, studios especializados, especialmente de pilates, clínicas de fisioterapia preventiva, centros de treinamento de alta performance e até aplicativos de treino online. Mas também podemos incluir espaços de meditação, centros de terapia integrada e imersões de autocuidado.
É preciso observar o aumento das clínicas de nutrição, das farmácias de manipulação voltadas para suplementação, sem contar que temos, literalmente, uma farmácia em cada esquina.
As pesquisas quantitativas e qualitativas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião vêm monitorando a expansão de um estilo de vida saudável e ativo, que já conquistou a preferência de 1/3 dos gaúchos. Estamos falando de milhões de pessoas, especialmente com menos de 40 anos, que conciliam trabalho com qualidade de vida, valorizam uma alimentação equilibrada e mantêm uma rotina de atividades físicas e de saúde mental.
Mas o que está por trás desse crescimento?
Primeiro, a consciência de que é possível prevenir doenças. A medicina evoluiu, e as redes sociais ampliaram o acesso à informação. Consequentemente, as pessoas percebem que estão vivendo mais e querem envelhecer com qualidade, evitando doenças crônicas.
Além disso, governos e profissionais da saúde têm se empenhado em campanhas públicas e conteúdos especializados que destacam os benefícios de uma vida ativa e os riscos do sedentarismo, enquanto crescem as campanhas contra produtos ultraprocessados pela indústria.
Como diz o ditado: “as palavras convencem, mas o exemplo arrasta.” Os jovens das gerações Y e Z enxergam o mundo por uma perspectiva que valoriza mais a qualidade de vida do que os bens materiais. E podem fazer isso porque, em muitos casos, tiveram uma retaguarda familiar mais sólida do que seus antepassados.
Nesse contexto, estamos diante de uma mudança cultural que altera dinâmicas sociais. Saúde e bem-estar passaram a ser vistos como status. Estar em forma, comer bem e cuidar da mente se tornaram símbolos de autocuidado e sucesso. E não faltam influenciadores digitais reforçando esse movimento diariamente.
Essa onda também chegou ao mundo do trabalho. As empresas estão valorizando profissionais saudáveis, resilientes e produtivos. O autocuidado passou a ser visto como investimento no desempenho pessoal e profissional.
O poder público, atento às novas demandas da sociedade, tem ampliado a oferta de ciclovias, parques e espaços para práticas esportivas. Surge, então, um novo conceito: o do “lazer ativo”. Corridas de rua, yoga ao ar livre e grupos de ciclismo ganham espaço sobre atividades sedentárias.
Mas é importante lembrar que essa reação também nasce da compreensão dos malefícios da hiperconexão, que tem gerado mais sedentarismo, obesidade, ansiedade e até depressão.
Ou seja, esse 1/3 dos gaúchos está mostrando que é possível usar o conhecimento disponível como aliado e ser protagonista da própria história.
Precisamos prestar atenção a esses sinais, mas sem perder a visão crítica. E você, como está cuidando de si mesmo?