O tempo é o verdadeiro juiz da vida. O tempo passou a ser não mais o futuro e sim uma prisão do presente. E talvez essa tenha sido uma das lições mais profundas que a vida deu para muitos afogados no mundo. Queremos ganhar o tempo de várias formas: trabalhando mais, correndo atrás de resultados, buscando estabilidade, acumulando bens e títulos. Mas, quando se olha para trás, percebe que tudo aquilo que realmente tinha valor não estava à venda. O tempo que passou não volta, e o que deixamos de viver, simplesmente se perde na pressa de querer ganhar o que, na verdade, não tem preço.
Quantas vezes deixamos de tomar um café com a família ou um amigo, de ouvir uma boa história, de brincar com os filhos ou de olhar o pôr do sol, acreditando que “mais tarde” teremos tempo para fazer tudo isso? O problema é que esse “mais tarde” raramente chega. O tempo não se acumula como dinheiro no banco, nem pode ser guardado para usar quando for mais conveniente. Ele corre, silencioso, e, quando percebemos, já levou consigo muitos dos nossos amigos e familiares ou pessoas, oportunidades e momentos que jamais se repetirão.
A sociedade moderna é cruel demais! Nos ensinou a valorizar o ter, e não o ser. Se não fizermos isso, seremos punidos pelo sistema. Corremos atrás de coisas, esquecendo que o relógio não para por ninguém. E quando, enfim, alcançamos o que desejávamos, percebemos que deixamos pedaços de nós pelo caminho: a saúde, os afetos, os sonhos simples, a própria vida. O tempo é o bem mais democrático que existe, pois, todos temos as mesmas 24 horas por dia, mas poucos sabem usá-lo com sabedoria.
Não pude comprar o tempo, mas aprendi a respeitá-lo. Hoje, busco vivê-lo com mais presença. Troquei a pressa pela atenção, o ruído pelo silêncio, a produtividade pela qualidade dos instantes. Porque a vida, no fim das contas, não se mede pelos anos vividos, e sim pelos momentos realmente aproveitados.
Se eu pudesse deixar um conselho, seria este: cuide bem do seu tempo. Gaste-o com quem ama, em coisas que façam sentido, em gestos que deixem marcas boas. Porque o tempo não se compra, mas pode ser bem vivido. E isso, sim, é um investimento que vale a pena.
Até a próxima.
