Ambidestria Organizacional
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sexta, 24 de outubro de 2025

Quantas vezes nos perdemos no emaranhado da tecitura cotidiana nas organizações, ligados no modo automático e reproduzindo todo dia o mesmo roteiro? Essa é a realidade de muitos, e só rompida por vezes por algum evento fortuito. Existe um certo comodismo em rotinas, e de fato elas podem ser ótimas, desde que estejamos atentos aos sentimentos e digerindo bem nossas emoções. Questionar o que parece inquebrável é dar espaço ao autoconhecimento da vida corporativa e compreender de forma ampla – através do planejamento estratégico –, a conjuntura da organização. Contudo, isso requer vontade de mergulhar fundo e se entregar no processo. A ambidestria em conjugar emoção e razão tem sido um ponto alto em avaliações organizacionais, só que essa equação por vezes encobre sufocos com prazos para entrega de trabalhos e cobrança por metas estabelecidas. As métricas – travestidas como avaliações – nos controlam e comparam. Existem padrões que devem ser seguidos à risca, mesmo com o refluxo societal das variáveis, a fim de evitarmos uma culpa vestida de fracasso. A ambidestria organizacional exige perfis estrategistas a fim de conjugar a vivência do momento vigente com a busca por inovação em cenários futuros. Para tanto, a tríade: flexibilidade, criatividade e organização costumam equilibrar a complexidade na vida corporativa para quem segue a filosofia da ambidestridade. Ter noção das reais “dores organizacionais” também faz parte dessa anamnese que muitas vezes depura problemáticas como: ruídos de comunicação, fofoca e desinformação; colaboradores desmotivados e sem treinamento; líderes sobrecarregados; instabilidade financeira e desalinhamento estratégico. Em tempos hodiernos, o talento da ambidestria responde por perfis nexialistas, ou seja, profissionais que reúnem um compêndio de conhecimentos, visão holística e múltiplas habilidades, somado a fartas doses de humanidade (empatia, compaixão e respeito). São profissionais raros, e portanto disputados no mercado em todas as áreas. São insólitos porque não se restringem a seguir planos cartesianos de ação, tampouco temem revirar o que incomoda nas organizações, pois sem isso não há cura. “Ensine a dor a falar. Ensine a dor a ler. Ensine a dor a escrever. Uma dor analfabeta é a mais perigosa, leva toda a nossa vida junto para confusão” (Carpinejar). Acolher a dor e respeitar o que sentimos, é o caminho do equilíbrio e da cura.

                                                  Bons Ventos! Namastê.

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