A festividade natalina em tempos hodiernos, tem seu significado sedimentado em uma díade: a religiosidade e o consumismo. De um lado temos a fé cristã e as homenagens em torno de Jesus, de outro a mobilização em torno da troca de presentes, em preparar uma bela ceia e em enfeitar a casa. A pergunta é: até que ponto entendemos e comungamos o sagrado praticando o profano?
Apesar da controvérsia quanto a origem da data, a história nos explica muitas coisas, tendo uma corrente que advoga ter se originado na pagã Brumália, seguida pela Saturnália onde se comemorava o nascimento do deus sol. Bom lembrar, que antes do século 4º, o mundo romano era pagão sendo esse status quo modificado somente a partir do imperador Constantino, que se declarou cristão. Posteriormente, cristãos do ocidente e do oriente passaram a criticar arduamente essa data pela maneira frívola como era comemorada à época. O fato é que a festa agradava a pagãos e cristãos – cada um com o seu credo – motivo porque até hoje comemoramos.
Como toda efeméride importante, o Natal é carregado de simbolismos e rituais como as velas que hoje acendemos, que além de ornamentar à mesa da ceia, também podem expressar nosso amor e gratidão a Deus. As guirlandas que hoje enfeitam nossas portas, outrora eram utilizadas para enfeitar lugares de culto e adoração. E o tradicional Papai Noel, referente a histórica do bispo católico Nicolau, que presenteava secretamente crianças pobres.
Das tantas tradições existentes nessa época do ano, chama atenção à francesa, uma tradição edificante conhecida como “reconciliação do Natal”, quando no dia 25 se vai até a casa de um desafeto para fazer as pazes. Quem sabe não entramos nessa corrente de perdão, como forma de virarmos o ano mais leves e sem pesos na alma? Um Feliz Natal leitores e amigos!
Bons Ventos! Namastê.