A nova jornada de consumo de mídia
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terça, 15 de março de 2022

A internet está alterando o nosso comportamento e nossos hábitos de consumo, em especial, na forma como nos informamos ou passamos o tempo nas mídias digitais. Antes da pandemia, o gaúcho gastava, em média, 3 horas acessando conteúdos na internet e agora utiliza 5 horas. Está na média do brasileiro, que é de 5,4 horas. 
A análise do tempo gasto no celular é realizada a partir de depoimento do entrevistado, que observa o “tempo de uso” do seu próprio equipamento. A maior parte do “tempo de uso” dos gaúchos é dispensado ao WhatsApp, às plataformas de compartilhamento de vídeos como Youtube e às redes sociais (Facebook, Instagram e TikTok).
A cada pesquisa, de mercado ou de opinião, realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião verifica-se que mais e mais consumidores ampliam seus aprendizados nos canais digitais. Gradativamente as pessoas estão se aventurando na experiência de compra on-line ou utilizam as plataformas de streaming para acessar filmes, músicas ou livros. 
O efeito multitela tem se tornado uma constante na vida da sociedade, em especial entre as pessoas com menos de 40 anos. Cotidianamente, estamos ampliando a integração entre o smartphone e a televisão e estreitando relações com os serviços sob demanda, que oferecem uma cartela de escolha para o usuário, como o Netflix. 
A TV tem sido o principal dispositivo no qual 1/5 da população costuma assistir às plataformas sob demanda, que permitem que o conteúdo seja acessado quando e onde a pessoa quiser. Nesses serviços, escolhe-se o horário de preferência e se não der tempo de terminar de ver o filme ou a série, pode-se continuar assistindo em outro horário ou equipamento.
Quando o tema é redes sociais ou plataformas de compartilhamentos de vídeos, verifica-se que os influenciadores digitais se tornam cada vez mais relevantes. Os influenciadores e youtubers têm se mostrado como porta-vozes de mais da metade das crianças e jovens. É comum seguir um influenciador de acordo com os interesses pessoais. Se a menina gosta de beleza, segue influenciadores que dão dicas de cuidados com o corpo ou moda. Se o menino gosta de jogos, acompanha influenciadores que dão dicas diárias sobre o tema. 
    As pesquisas mostram que a nova geração está sendo naturalmente forjada a buscar um influenciador de referência para cada novo tema que precisa ser explorado, em cada fase de sua vida. O despertar para novas práticas alimentares, vida amorosa ou financeira, fazem com que o jovem procure um influenciador com quem se identifique, que “seja um espelho de sua personalidade”. Para esses novos consumidores que estão ocupando o mercado, seguir um influenciador digital é ativar uma meta, é ter uma inspiração, é se sentir motivado. 
Como a música é algo intrínseco à juventude, as rádios FM continuam a tocar pelos celulares ou nos rádios dos carros. Em torno de 11% da população já experimentou um podcast, que são programas de áudio gravados em que o ouvinte pode acessar em uma plataforma de streaming e escutar na hora que quiser. 
E nas relações presenciais, que se estabelecem no mundo real, são trocadas as experiências e dicas sobre séries, filmes, livros, influenciadores e podcasts de preferência. O consumo de mídia digital se torna um tema na roda de conversa entre amigos, no bar ou no jantar de família. E é nesse momento que o neto ensina ao avô a seguir o jornalista que ele tanto gosta. 
 

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