Um projeto de compensação socioambiental da Foz do Chapecó, iniciado em 2012, fortalece a produção de banana e abacaxi em Alpestre e em outros nove municípios das regiões do Médio Alto Uruguai e Oeste de Santa Catarina. A ação é desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Cooperativa Extremo Norte. O objetivo é oferecer aos agricultores opções de cultivo com maior retorno econômico, somando pesquisa técnica, assistência no manejo e acesso à comercialização.
Laboratório de mudas
A iniciativa implantou um laboratório de cultura de tecidos vegetais, conhecido como biofábrica, para multiplicação de mudas livres de doenças. As principais espécies trabalhadas são banana, abacaxi e orquídeas, utilizando genótipos melhorados de instituições como Embrapa e Epagri.
Testes em propriedades
Entre 2012 e 2017, foram realizados experimentos em propriedades de dez municípios afetados pelo reservatório da usina. No Rio Grande do Sul, participaram Alpestre, Rio dos Índios, Nonoai, Erval Grande e Itatiba do Sul. Em Santa Catarina, Águas de Chapecó, Caxambu do Sul, Guatambu, Chapecó e Paial. Após os resultados, iniciou-se a entrega de mudas em escala.
Expansão da banana
O cultivo de banana é a principal frente no momento, com mais de 10 hectares vinculados diretamente ao projeto. A cooperativa adota expansão gradual, distribuindo menor volume inicial de mudas para facilitar o aprendizado no manejo. Além dos vinculados, outros agricultores ampliaram a produção por conta própria, como um produtor de Alpestre que já soma 50 hectares de banana fora da iniciativa.
Comercialização garantida
Grande parte da produção é destinada ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), atendendo municípios como Passo Fundo, Erechim, Sarandi, Alpestre e Planalto. Na região a banana chega a apresentar produtividades entre 20 à 40 toneladas por hectare, podendo chagar a volumes maiores, com preço de R$ 2 por quilo pago pela cooperativa, gerando potencial de R$ 80 mil por hectare.
Produção de abacaxi
O cultivo de abacaxi iniciou antes da banana, com a distribuição de mil mudas por agricultor, em áreas de 400 m². Após duas safras, a área pode chegar a meio hectare. A venda ocorre tanto por meio da cooperativa quanto de forma direta. Um produtor alcançou receita de R$ 12 mil em menos de 900 m².
Inclusão de orquídeas
A produção de orquídeas também integra o projeto. As primeiras flores começam a ser comercializadas, com mudas distribuídas gratuitamente no âmbito do programa e apoio técnico para os agricultores.