Refeições – O americano começa o dia com o break-fast, um café substancioso com suco, ovos, presunto e cereal. Depois vem o café com leite, pão e creme. Tudo para reforçar o organismo que enfrentará o pesado labor. Ao meio dia, uma comidinha rápida constituiu o seu LUNCH (almoço). Por ser rápida, traduzimos Lunch por LANCHE. À noite, sim, ele se esbalda no famoso dinner, quando estão reunidos marido e mulher, pois durante o dia, labutarão numa atividade. Em casa, ambos preparam o jantar, por isso que se vê o marido com o avental na cozinha.
Já o brasileiro, desdenha o café, que é consumido com rapidez. Muitos ainda o substituem pelo chimarrão, zero em proteínas e minerais. É um digestivo que o antigo gaúcho o degustava após o almoço, pois o auxiliava a digerir o charque do almoço. Assim faminto, o brasileiro chega ao meio dia, quando então precisa abarrotar o estômago vazio. Isto o incapacita para as atividades das primeiras horas da tarde. Meio sonolento apela para a sesta. Comparando com o americano, LUNCH se denomina o almoço deles, que é uma refeição rápida, daí que nós traduzimos como LANCHE, uma refeição rápida.
Política – O americano tem um senso comunitário muito agudo. Problemas surgidos na saúde, educação, segurança são debatidos nas “conventions” buscando juntos a solução. Eles são práticos, dinâmicos e ativos. Não se envergonhem que outros os suplantem em filosofia, metafísica, poesia, literatura ou artes. Mas não admitem serem ultrapassados em habilidade mecânica.
Lamentavelmente, muito brasileiro espera tudo da mãe pátria. O Governo que lhes garanta emprego, saúde, segurança. Aguarda com ansiedade a chegada da aposentadoria. E como vivemos num sistema democrático, onde a autoridade é o voto, este é vendido caro aos candidatos que pleiteiam a governança. As promessas dos políticos chegam a ser utópicas, e tem-se a impressão que o povo quer ser enganado. O que interessa é a vantagem após a eleição. A pátria que se lasque!
Os símbolos – O do americano é o pioneiro, o “farmer”, o colonizador que conquistava a sua terra como sua propriedade, sua futura pátria, destroçando os índios, se necessário. Lembremos os filmes de far-west. O símbolo brasileiro é o bandeirante, que caça o índio para ser seu escravo e vai à cata de minas de ouro, para enriquecer ligeiro. Tomé de Souza escrevia ao Rei de Portugal que pusesse fim às entradas, que o ouro do açúcar e do pau Brasil lhe traria mais proveito.
Todavia, tem o bandeirante o seu lado positivo. Por ser o bandeirante do sexo masculino, não tinha rubores em constituir família com índias ou negras, plasmando o protótipo nacionalista. E no afã de descobrir minas, levou-o a avançar território a dentro, assegurando o aumento dos limites, fazendo do País um continente. Saint Hilaire cognominou-os ‘Raça de Gigantes’. Vianna Moog, ‘Monstros de Energia’. É só ler a sua epopeia, nas páginas vibrantes dos livros de História, escritos por Paulo Setúbal. Um pai chega a matar o próprio filho, por não cumprir este as suas ordens. O bandeirante fez do brasileiro um desbravador, ousado, rígido, resistente, hercúleo.