Saber pedir é uma arte que julgamos ser nata, mas a grande maioria de nós não sabe pedir. Aliás, existe um tabu em pedir certas coisas como amor, dinheiro ou até mesmo ajuda assim como pedimos com naturalidade uma caneta emprestada para fazer uma anotação ou uma mesa no restaurante. O tema é tão controverso que gerou alguns livros e palestras, merecendo destaque “A Arte de Pedir” de Amanda Palmer, que provoca o leitor a refletir seus medos em pedir e ensina a necessidade que temos de nos doar. A dificuldade em pedir tem relação direta com nossa personalidade, também evocada por timidez, orgulho ou sentimento de autossuficiência. Contudo, mais cedo ou mais tarde descobrimos que o homem prescinde de seus pares para viver, por melhor resolvidos que sejamos com nós mesmos.
Se formos pensar, temos dificuldades até em pedir ao universo o que desejamos, ou muitas vezes pedimos errado... Sim, isso é costumeiro principalmente quando somos pragmáticos em nossos pedidos, tendo a presunção em querer ter, o que de antemão sabemos não ser possível. Ora, por que os pedidos precisam ser tão detalhados, com cores, marcas, nomes e sobrenomes? A resposta é porque queremos que não ocorram erros de interpretação sobre o pedido.
O conformismo e a decepção de não ser atendido começa na infância, nos pedidos que um dia fizemos ao “Papai Noel” que acreditávamos existir, mas que no dia seguinte não foram encontrados junto ao pinheiro de natal. Conheço gente que até hoje reclama não ter sido presenteado com o brinquedo-lançamento da Estrela ou de ter resolvido casar porque não recebeu sua bicicleta Caloi, brincando com o ditado “casar ou comprar uma bicicleta”. E por falar em casar, o “pedido de casamento” – coisa tão rara nos tempos atuais – é o único que ao invés de nos tirar algo, nos acrescenta.
Osho considera o universo um templo e diz que o caminho da felicidade reside nele. Logo, o que pedir já que a felicidade é tão ampla? Queremos ser felizes ou parecer felizes? Se outrora vivemos numa sociedade do “ser” e depois do “ter”, agora vivemos a do “parecer ser”. Obviamente que o conceito de felicidade possui significados diferentes para cada ser, então, “cada um com o seu cada qual”. A maturidade em fazer escolhas certas do que pedir não tem idade para chegar e não são cabelos grisalhos que nos dão autoridade nesse quesito. Tem gente que morre sem saber pedir.... Ao passo que outros logo cedo descobrem o caminho da “Lei da Atração” significada em três dígitos: pedir, acreditar e receber. Losier, em sua obra “Lei da Atração”, fala que todos nós temos dentro de si a força motriz capaz de transformar desejos em realidade através do pensamento. Não se trata de uma fórmula mágica, mas um mantra que devemos afirmar para que as coisas aconteçam. Muitos pedem já acreditando não receber, criando automaticamente uma barreira entre o sonho e a realidade. Salve os sonhadores e visionários que se permitem pedir ao universo o que ás vezes parece absurdo para a grande maioria.
Bons Ventos! Namastê.
