Apostas esportivas
*Os textos e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, e não traduzem a opinião do jornal O Alto Uruguai e seus colaboradores
sexta, 08 de novembro de 2024

Já deixando bem claro, sou um ninguém para julgar alguém. E deixando mais claro ainda, antes de condenar alguém, que existam fatos reais, provas concretas e que, assim, tudo ocorra dentro das normas e a vida siga o seu rumo natural.

O assunto da semana foi o possível envolvimento do atacante Bruno Henrique com manipulação de resultado envolvendo apostas esportivas. As apostas esportivas já sofrem preconceito de modo geral, aí vem a ganância e torna esse mercado ainda mais “pesado” para que as manipulações ocorram. Reforçando, não estou julgando o Bruno Henrique, mas levantando o assunto diante do ocorrido.

A questão aqui não é ser contra ou a favor da legalização das apostas esportivas no Brasil. Isso seria tema para outro momento e caberia um debate mais longo. O fato é que a aposta esportiva está ali, como um mercado qualquer. Fraudes ou manipulações não são culpa dela, mas da cabeça de um ser humano que se corrompe, como poderia se corromper em qualquer área profissional. O “caso Bruno Henrique” está sendo apenas mais um diante de tantos que já ocorreram e que provavelmente voltarão a ocorrer.

O que pouca gente sabe é que a aposta esportiva em si não é o que mais dá dinheiro para as casas. Quem domina a contabilidade são jogos de cassino ou slots (os “tigrinhos da vida”). Esse, sim, os verdadeiros jogos de azar. É através desses principais itens que as casas ganham seus bilhões. Lendo a respeito do assunto me deparei com algumas informações importantes a respeito de o quanto as casas de apostas vêm tomando conta do cenário econômico. Pegando setembro passado como referência, mais de 24 milhões de pessoas físicas movimentaram cerca de R$ 20,8 bilhões no Brasil, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

 

Muita gente aposta de forma recreativa, enquanto outros tantos vivem profissionalmente desse mercado, seja como apostador, seja como influenciador, seja agregando as duas coisas. A casa de aposta é um “estabelecimento comercial” como qualquer outro e está aí para ganhar dinheiro. Simples assim. Fosse diferente, seria uma casa de caridade e não de apostas. O fato é que muitos se divertem, outros nem tanto e tem aquele que desvia para o lado errado, deixando o preconceito ainda mais forte. O negócio é aguardar a legalização com suas normas e punir quem se desvia, assim como em tantos outros ramos de negócios, sejam públicos ou privados. E a discussão ainda vai longe.

Voltando aos casos de manipulações, o que mais me deixa indignado é saber que atletas de ponta e de altíssimos salários se deixam levar facilmente por essas situações. E mesmo que fosse atleta com salário de Divisão de Acesso, não justificaria. Afinal, quanto vale a honra de cada um? Uma coisa é certa: as apostas esportivas estão sendo legalizadas e vieram para ficar. A partir dessa linha vale o caráter de cada um, seja de um profissional de qualquer esporte, seja de um apostador.

Fonte: