Fogão a lenha
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segunda, 02 de agosto de 2021

As gerações atuais se preparam para enfrentar o mundo de fora, mas ainda não saíram do mundo de dentro. Um mundo que não os ensina os tombos da vida, que deveriam começar a ser aprendidos lá no início de suas vidas, no seio familiar, aquecidos pelos fogões a lenha e pelo amor e o colo dos pais.  
Aí veio a tecnologia e o calor destes fogões foram diminuindo, deixando o fogo se apagar aos poucos, e também o calor familiar foi esfriando, sendo aos poucos substituído pelas redes sociais externas à família por meio dos celulares. Com isso, não quero negar o uso da internet, que é um excelente invento da inteligência humana, porém, nunca vai poder ocupar o lugar da convivência familiar e o colo dos pais.
Era nestes ambientes, no aconchego familiar junto aos fogões a lenha, que os pais cantarolavam, contavam estórias de fantasmas e assombrações; pequenas brigas aconteciam, mas com a intervenção firme do pai e a defesa da mãe, em seguida, tudo se ajeitava; iam para a cama dormir o sono tranquilo de uma família feliz, onde se trabalhava para viver e não se vivia para trabalhar. Não sendo nostálgico e nem saudosista. Que bons tempos! 
A consequência disso já chegou! Hoje somos obrigados a conviver com uma geração de jovens gelados, sem nervos, de pouca iniciativa, que aceitam facilmente as falcatruas do mundo, vivendo em um ambiente zen, onde as drogas e o álcool preenchem cada vez mais o vazio que não está sendo ocupado pela família. Estão sem diálogo, formam-se famílias sem casamento, sem chefe, que deveria ser a figura do pai, em um cenário onde a mãe está ausente, pois a prioridade é a profissão e o trabalho; os filhos ficam à mercê da sorte, o dia todo diante de um computador, para não incomodar os pais, puxando as impurezas para dentro de casa por meio da internet, agindo contrariamente às chaminés, que retiram as impurezas pelo diálogo em família, na frente dos fogões a lenha e do seio familiar.
Até a próxima!
 

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