Minhas, suas, nossas medidas restritivas
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segunda, 24 de maio de 2021

Quando os prefeitos e governadores fazem decretos restritivos, desagradam parte da população, em especial, os segmentos que sofrem impactos financeiros com medidas de contenção da Covid-19.

Mas não adianta ficar indignado ou xingar os governantes. Temos que olhar para o lado, temos que observar os números de infectados, de pessoas internadas na UTI e de mortes, temos que fazer a nossa parte.

Os meses de março e abril nos castigaram, tanto em medidas restritivas quanto em número de infectados e mortos. Maio chegou mostrando uma tendência de queda, mas em um patamar diário de infectados e mortos acima da média dos primeiros dias de março.

Significa que não precisamos esperar que os alertas se ampliem ou que as ações restritivas cheguem pelas mãos do Governador. Já temos conhecimento suficiente para agir antes que o Prefeito estabeleça um novo decreto, determinando o fechamento de setores da economia ou estabelecendo lockdown.

“Não aguento mais esse abre e fecha”. Essa é a frase de rua que mais se ouve nas pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião. Entretanto, para evitarmos o “abre e fecha” temos que controlar a proliferação do vírus até que a vacina faça parte da realidade da maioria da população.

Cada família deve ter as suas medidas restritivas, as suas regras de controle e combate à pandemia. E essas medidas precisam se manter, mesmo que os gestores públicos flexibilizem as medidas restritivas e abram todos os segmentos comerciais.

O princípio é simples: a pandemia continua, mas em função da precarização financeira de boa parte da sociedade, os gestores públicos precisam incentivar a retomada da economia e as pessoas precisam ampliar as medidas restritivas, evitando a aglomeração. A população precisa fazer a sua parte, para que o governo faça a sua!

Não há nenhuma novidade no tema de casa para todos nós: manter os rígidos cuidados de higiene (máscara, álcool), os controles de distanciamento social e o combate à aglomeração (não fazer festa, não visitar parentes, evitar o encontro com os amigos...). O segredo é não baixar a guarda, é termos consciência de que não podemos relaxar, não podemos nos iludir com as flexibilizações.

As famílias precisam manter medidas restritivas para que os governos possam diminuir os decretos restritivos. Infelizmente, o fenômeno tem sido o contrário, conforme o governo relaxa, as pessoas também relaxam!

Como estamos todos cansados com o enclausuramento criado pela pandemia, a diminuição das restrições dos governos cria a sensação de que houve uma liberação, uma “certa” autorização. Passamos a ter a percepção de que estamos autorizados a encontrar as pessoas ou que podemos tomar aquela cerveja com os amigos. Uma ilusão de interpretação que favorece a proliferação do vírus e mantém o efeito sanfona, do “abre e fecha”.

Diante desse contexto, nossa única saída é manter as medidas restritivas em nossa rede de relações sociais até que a maior parte da população esteja imunizada com a vacina. Eu me cuido, você se cuida e assim todos nós nos cuidamos, enquanto os governos focam na vacinação, na retomada da economia e da educação.

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