Empreendendo no Brasil...
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sexta, 19 de novembro de 2021

O empreendedorismo no Brasil é um assunto muito discutido, afinal, cerca de 70% dos brasileiros sonham em ter seu próprio negócio um dia. Todavia, é preciso conhecer o real sentido dessa palavra, bem como as variáveis do ambiente e das particularidades do negócio. Infelizmente, muitas pessoas dão início ao próprio negócio sem nenhuma perspectiva do mercado. Para alguns, isso demonstra diligência, mas não é verdade. É preciso conhecer o cenário em que vai empreender, pois assim é possível economizar tempo e dinheiro. Muitas pessoas acreditam que empreender é abrir uma empresa, o que não é verdade. Na realidade, empreender está mais ligado a uma postura, como a de encarar os problemas como oportunidades, por exemplo.
É por isso que hoje se fala em tantos tipos de empreendedores, como o corporativo e o social. Contudo, o foco maior ainda está no empreendedor que abre o seu próprio negócio, isto é, no empresário. E o motivo é simples: esse tipo de empreendedor movimenta e fortalece a economia. O Brasil está saindo de um período de crise financeira, há sérios problemas políticos, oportunidades trazidas pela indústria 4.0, bem como ameaças em meio à concorrência, fatos importantes serem considerados. 
O primeiro ponto a ser avaliado e o ambiente geral, que engloba aspectos abstratos como economia, política, tendências de mercado e tecnologias. Outro ponto se refere a aspectos mais próximos, como: clientes, concorrentes e fornecedores de uma empresa, a este podemos dizer que são as possíveis parcerias. No ambiente geral, uma importante tendência a ser considerada é a indústria 4.0 ou, como muitos preferem chamar, a quarta revolução industrial. Nunca tantas tecnologias contribuíram para a gestão de negócios. Hoje, é possível automatizar muitos processos empresariais. 
De acordo com Joseph Schumpeter, toda nação passa por um ciclo econômico composto por 4 principais etapas: boom, recessão, depressão e recuperação. Nos últimos anos, o Brasil passou por um dos mais longos períodos de depressão, mas hoje dá sinais de recuperação. O período de crise foi significante para crivar os negócios que realmente têm propostas de valor aos clientes, bem como para despertar a criatividade dos empreendedores. Atualmente, é possível ver estabelecimentos com um viés colaborativo muito mais intenso, como: o aluguel de produtos, compartilhamento de meios de transporte e até de locais para trabalho. Agora, com a reestruturação econômica, é possível que muitas pessoas sintam-se mais confiantes em voltar a empreender, inclusive pelas taxas de juros atrativas praticadas pelos agentes financeiros. 
Se já é possível ver um fim para a crise, ainda está muito distante de dizer o mesmo para a burocracia. O país é considerado um dos mais burocráticos. Apenas para abrir um negócio dura mais de 100 dias, enquanto em países mais desenvolvidos a média não passa de 5 dias. De acordo com relatório do Banco Mundial, que considerou 190 países, o Brasil está na 125ª posição. Isso é reflexo de um elevado número de licenças e procedimentos que precisam ser obedecidos, bem como de custos com alvarás e liberações específicas. Ainda é importante destacar a escassez de talentos, presente especialmente nas áreas técnicas. Dos 118 países avaliados na pesquisa de competitividade global de talentos, o Brasil amargou a 81ª posição, muito atrás de países como Suíça e Singapura, primeiro e segundo colocados.
A realidade é que adversidades sempre vão existir, mesmo nos países mais desenvolvidos. Por isso, o foco não deve estar na crise ou na burocracia, mas em como esses obstáculos serão contornados para criar negócios prósperos, inovadores e longevos.
Aproveitamos para parabenizar aos 10 empresários destaques desse ano dentre os mais de 500 associados da Associação Empresarial de Frederico Westphalen, pois empreender no Brasil, não é e nunca foi para os fracos...     

*Texto adaptado: https://blog.solides.com.br/empreendedorismo-no-brasil
 

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