Compassividade, perdão e libertação
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segunda, 21 de fevereiro de 2022

Tem guerras que a gente vence antes de começar, pelo simples fato de não entrar. A maturidade espiritual nos dá a sabedoria de fazer as escolhas certas e isso também vale para as batalhas. Poupar energia é ter paz e só depende de nós. Claro que provocações nos trazem desconforto que se revelam através da mágoa ou da raiva. Por vezes, até um sentimento de vingança pode se aproximar, nos tentando a revidar. Quando isso acontece, é hora de respirar fundo e recordar o quanto é fugaz o sentimento de revide, logo dando espaço para um vazio existencial ou para mais sentimentos baixos. E a perda de tempo então? Ninguém que seja nocivo em sua vida vale o seu tempo, sequer um pensamento. Portanto, saia do ciclo do revide, quebre o elo e se liberte. E o outro que ofende? Dê passagem e rogue que encontre seu caminho, de preferência longe do seu. Tudo no universo tem seu momento (às vezes, diferente do tempo que desejamos). Revidar para quê? A vida - cedo ou tarde - entrega o que precisa e não é você quem vai acelerar o processo já que "fruta podre, cai do pé sozinha". A Lei da Causa e Efeito ou Espelhamento assevera sobre recebermos da vida o que emanamos. Logo, nessa perspectiva, a ideia é se inundar de amor e não dar poder ao mal que nos fazem até ele inexistir. Não se trata de negação, mas de auto preservação. Se eu me cuido, por conseguinte acabo cuidando daqueles que me cercam, mesmo que de forma sutil. Nesse caso, o cuidado chega em forma de empatia e compassividade, no interesse de entender o ponto de vista alheio, mesmo diverso do meu. Algumas máximas podem parecer clichê, ridículas ou nomeadas como frases de efeito e de autoajuda, contudo funcionam! Cada pessoa tem o seu tempo de acordar e sua bagagem de vida por vezes, está plena de medos, traumas e inseguranças, talvez por isso agrida. O que acontece quando encontramos um cão que foi maltratado? Ele dificulta nossa aproximação e cuidados, sendo reativo e arredio até adquirir confiança de que estamos ali para ajudá-lo. Assim são os humanos. Ninguém nasce agressivo. São as narrativas que vivemos que podem nos mudar para uma versão do que não gostaríamos de ser. Talvez agora fique mais fácil perdoar e seguir, sem olhar para trás, sem remexer na ferida a fim de que cicatrize. Quando chegamos nesse platô, a paz passa a ser uma realidade, à mercê do que possamos estar recebendo. Pois deixamos para trás todo peso, e assim levitamos, mesmo sem meditar. A higiene mental é tão necessária quanto a do corpo, e está mais que na hora de entendermos a força que tem nossos pensamentos. Assim, se cuide, perdoe e se possível ajude. Mais que isso, aí é com o universo.
Bons Ventos! Namastê.

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