Por que, Putin?
**Os artigos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, não traduzindo a opinião do jornal O Alto Uruguai
segunda, 16 de maio de 2022

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, imaginou que em 15 dias teria se apoderado do pequeno país. Já se espicharam mais de dois meses e a definição bélica se arrasta. Por que Putin quer a Ucrânia debaixo de suas botas? Primeiramente por razões econômicas e estratégicas. A Rússia junto com a Ucrânia é responsável por 40% de todo o trigo exportado para o mundo. Além disso, ambas são proprietárias de vastos lençóis de petróleo, haja visto que no momento a Rússia abastece inúmeros países europeus com quase metade do gás consumido. Imaginem, agora em pleno inverno, as residências sem aquecimento. Estrategicamente, a Ucrânia possibilita mais saídas para o mar, encurtando a rota dos navios russos.
Em segundo lugar, existem regiões dentro da Ucrânia habitadas por população de ascendência russa pró Moscou como Donetsk e Lubansk. Nisto se baseou Putin a fim de justificar a invasão, alegando que iria “libertar” aqueles povos. Ora, se alguma região no mundo deseja modificar os limites do seu território, existem o plebiscito e as cortes internacionais. No passado, aqui mesmo no Brasil, o Uruguai foi desmembrado do Rio Grande e mais de um território foi incorporado ao Brasil, através de tratados diplomáticos, sem precisar disparar um tiro. Há tempos, alguém defendeu a ideia estapafúrdia de criar uma república sulista com os Estados do RG, SC e PR. O Estado do Texas, pertence aos EUA, mas há um dispositivo constitucional que garante à população, no momento que desejar, se tornar país independente. 
Putin optou pelos argumentos dos tanques. Já morreram mais de 20 mil pessoas. Quase quatro milhões de ucranianos, a maioria mulheres e crianças, pois os homens preferiram ficar para defender a pátria, deixaram o País, em direção à Polônia. Já se pensou o problemaço de controlar este oceano de fugitivos, dar-lhe comida, moradia e remédios? Putin entende que vai se impor, bombardeando uma terra que ele ambiciona para si. Não contava, porém, com a liderança do presidente Zelensky e da resistência do povo ucraniano, autênticos mártires do patriotismo.
O mundo inteiro protestou através de retaliações econômicas e armamento. Os EUA enviarão, só em ajuda militar, 20 bilhões de dólares. A Alemanha fornecerá mil armas antitanques, 500 mísseis e 50 tanques antiaéreos. O restante da Europa disponibilizará pesado armamento e aviões. Putin, sabedor da dependência europeia do seu gás, está exigindo pagamento em rublos, atitude que valorizou, em muito, sua moeda. Neste contexto o barril de petróleo disparou de preço com consequências até no bolso brasileiro. O pior de tudo é que o louco do Putin ameaça a Europa com resposta nuclear. Tanto Rússia como EUA dispõem de mais de 6 mil ogivas. Cada uma tem um poder cem vezes superior a uma bomba atômica lançada sobre Hiroshima. Que Deus nos livre, mas nos dias atuais, uma guerra nuclear decretará o caos sobre o mundo, podendo deslocar a Terra do seu eixo, vindo todo o universo a se estilhaçar. Entendo que os próprios russos saberão controlar o seu patrão. Nos EUA, para se disparar uma ogiva nuclear, são necessárias quatro pessoas, cada uma mantendo um segredo de lançamento. O Biden sozinho estaria impossibilitado de tal irresponsável atitude. REZEMOS para que Deus derrame paz. Na hipótese de uma Terceira Guerra Mundial, alguém escreveu, saberemos como será a quarta: com paus e pedras...
(Peço ao leitor que entenda as ponderações, pois devo escrever segunda-feira e a leitura só acontecerá no sábado. Neste ínterim, os acontecimentos podem se modificar).
 

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