Descredito nos políticos de Brasília
**Os textos aqui publicados são de total responsabilidade de seus autores, e não refletem a opinião do jornal O Alto Uruguai
quinta, 21 de setembro de 2023

A população está acostumada a concentrar suas críticas nos governos, criticamos o presidente da república, o governador de Estado e os prefeitos, e, fazemos isso com frequência e com muita contundência na maioria das vezes. Mas em relação aos senadores e deputados federais pouco criticamos e por que agimos diferente em relação a quem é governo de quem tem cargo parlamentar?
Quero me refiro ao Congresso Nacional, especificamente aos nossos deputados federais e aos senadores. A negociata em Brasília é tamanha que o governo se tronou refém desse Congresso Nacional que a muito deixou de exercer a sua função de produzir leis e de fiscalizar a atuação do governo.
Os nossos parlamentares, e refiro a grande maioria deles, porque, poucos ainda são autênticos na conduta 
de legislar, eles só se preocupam em garantir recursos para os redutos políticos e, muitas vezes, com repasses suspeitos, com corrupção, sobrepreço, serviços mal executados, obras malfeitas e inacabadas, esse o resultado da distribuição de recursos por critérios de interesses eleitoreiros.
Já não é de agora o desvio de atuação do parlamento brasileiro, ao invés de legislar e fiscalizar, a atuação é distribuir verbas, conseguir cargos para aliados, alterar leis para favorecer grandes grupos econômicos e para proteger infratores da lei.
Agora, mais um dos acordos que está sendo votado repentinamente, sem discussão, para evitar a crítica da opinião pública. Revestida de minirreforma eleitoral, deve ser aprovado anistia, o perdão a quem praticou crime eleitoral, aos partidos que não prestam contas e desviam da finalidade valores que receberam de impostos. Chamada de PEC da Anistia, a pretensão é livrar os políticos que não respeitam as leis, os partidos que desviaram dinheiro do contribuinte repassado ao Fundo Partidário para eleições, pretendem afrouxar a lei da ficha limpa e da improbidade administrativa.
Essa reforma pretende excluir da relação de atos que podem deixar inelegível aqueles que violarem os princípios da administração pública, como é o caso de honestidade, imparcialidade e de legalidade, quem revelar segredo de estado, frustrar licitações ou concurso público em benefício próprio deixar de prestar contas, desrespeitar a lei da transparência, vazar informações privilegiadas e inclusive nomear familiares para cargos de confiança.
Pior ainda, a pretensão é de livrar até condenado por não aplicar percentual constitucional em educação e saúde, eles não ficariam inelegíveis, os condenados por danos ao erário ou enriquecimento ilícito, não mais seria suficiente para ficar inelegível a prática de um desses crimes, teriam que ter sido praticados cumulativamente. 
Sem dúvidas é o fim da esperança de um país sério e honesto, porque é esse o Congresso Nacional que temos, para esses tipos de conluios não existe já não existe mais partido diferente, estão todos juntos nesses arranjos políticos para livrar quem pratica crime contra o povo brasileiro. Não merecemos isso, ou merecemos?
 

Fonte: