Halloween (Dias das Bruxas)
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sexta, 01 de dezembro de 2023

 Posso não ser simpático as culturas importadas como o Halloween.  Porém, não vejo maldade nestas comemorações, onde crianças brasileiras aderiram a uma brincadeira tradicional nos Estados Unidos; mas, que tem origem com os povos Celtas – um povo que se desenvolveu na Europa Central no primeiro milênio, antes de Cristo – e foram incorporadas à tradição ianque com a chegada dos imigrantes irlandeses.
O Dia das Bruxas é comemorado em alguns países: Irlanda, Estados Unidos, Inglaterra, Brasil, México, Alemanha, China e Portugal. Também temos culturas regionalistas adaptadas, músicas de cunho racista e machista, e no entanto, não questionadas, pois já estão incorporadas com se tradição fossem.  Historicamente existe uma cultura machista, em todos os países, no Brasil não é diferente, até porque somos formadas por povos de vários países.
No Rio Grande do Sul temos várias músicas que são, na minha opinião, mais prejudiciais, do que as comemorações de Halloween, tais como: Teixeirinha com Gaúcho Amigo que diz: “Apaga esta treva de mágoa e desgosto/Faça o que eu fiz, uma outra arranjei/Com esta casei e garanto que presta/mas se me for falsa eu suspendo o pala/E meto uma bala no meio da testa”. Gildo de Freitas com Trança de China que diz: “Saltei na China, puxei da prateada/E dei-lhe um talho que atorei-lhe a trança/Mandei fazer uma rédea trançada/E é o só o que eu tenho dela por lembrança”. Ernesto Nunes com Vai Sabê, que diz: “No dia que descobri que havia me traído/Agarrei pelo pescoço, esgoelei até morrer/Morrei dizendo eu te amo/Se me amava, vai sabê/Matei a desgraçada...” Tchê Garotos, com Ajoelha e Chora: “Foi melhor do que eu pensei, ela faz o que eu quiser/Eu tô achando que esta mulher danada/Ficou mal acostumada e tá gostando de apanhar/Ajoelha e chora, ajoelha e chora/Quanto mais eu passo o laço, muito mais ela me adora”. Davi Menezes Jr., com Morocha: “Aprendi a domar amanunciando égua/E para as mulheres vale as mesmas regras/Animal te para, sou lá do rincão/Mulher pra mim é como redomão/Maneador nas patas, pelego na cara”.
O assunto principal é a comemoração do Halloween que não é contra e não tem a ver com religião. É um costume, cultura, não invoca o mal que acreditam existir. O dia 31 de outubro marca o último dia de outono no hemisfério norte. Naquele pedaço do mundo os invernos são muitos rigorosos. Os dias muito curtos e as noites muito longas. Os povos antigos acreditavam que a escuridão que descia sobre a terra, o frio que matava os animais e as plantações eram obras dos maus espíritos.  Por isso, nessa noite antes do início do inverno eles se vestiam de espantalhos, faziam as lanternas com abóboras e punham na frente das casas. Enfim tudo para espantar os maus espíritos. Ao longo do tempo virou folclore. O mal não está no Halloween, nem nas fantasias que as pessoas usam. Precisamos conhecer a história para não ver maldade onde não existe.


 

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