O Estatuto da Juventude (Lei Federal nº 12.852/2013) define que são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 e 29 anos. A juventude também pode ser vista como uma fase de transição da adolescência para a vida adulta, é nesse processo que a pessoa adquire as habilidades necessárias para desempenhar as funções físicas da existência do adulto em sociedade.
Trabalho com jovens há muitos anos, isso aconteceu na universidade, na escola com o Ensino Médio e no Emaús (grupo de jovens da igreja católica), sempre gostei muito dos jovens, o contato com eles me rejuvenesce. Tenho me interessado muito com a saúde mental de nossos jovens que, como a nossa sociedade,  estão adoecendo.
O boletim epidemiológico nº 33 (2021), publicado pelo Ministério da Saúde, na época da pandemia mostrava o suicídio como a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade.  De lá para cá as coisas só aceleraram. Alguns fatores que se destacam são os “sentimentos de tristeza, desesperança, a depressão, ansiedade, baixa autoestima, experiências adversas pregressas, como abusos físicos e sexuais pelos pais ou outras pessoas próximas, falta de amigos e suporte de parentes, exposição à violência e discriminação no ambiente escolar e o uso de substâncias psicoativas”, destaca o texto. 
Nossos jovens, hoje, têm menos mecanismos para lidar com frustrações e adversidades (menor resiliência) e dificuldades em adiar o prazer, buscam o imediatismo, esses fatores sociais influenciam no desencadeamento de quadros mentais que têm contribuído com o aumento do suicídio, informa o boletim. Também há uso excessivo de eletrônicos, defasagem na aprendizagem, substâncias psicoativas e dificuldade para entrar no mercado de trabalho.
Os jovens precisam ser “olhados” pelos seus familiares, é importante considerar sua personalidade, dialogar, ouvir o que eles têm para dizer (falta interação nas famílias), escutar é atitude de colocar-se por inteiro diante de alguém. Comunicação não é mero contato virtual, saiba impor limites e ter maturidade durante os conflitos. É preciso também elogiá-los com mais frequência. Oferecer a eles autonomia, incentivar a leitura desde a infância, apresentar os jornais como uma fonte segura de informação. Estimular trabalhos voluntários.
Enfim, os jovens são o futuro de nossa sociedade, eles são agentes de transformação e podem impactar nossa sociedade de forma positiva. É preciso que eles tenham sonhos, muitos sonhos como impulso para a realização de seus objetivos de vida. É preciso dar espaço onde não só recebam uma formação, mas lhes permita também compartilhar sua vida física e espiritual. O futuro está nas mãos deles, se tiverem razões fortes de vida, esperança e realizações.