O primeiro de todos os mandamentos
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quarta, 27 de outubro de 2021

Neste Domingo a Liturgia da Igreja nos indica a centralidade e a primordialidade que Deus deve ter em nossa vida, na vida da sociedade e na vida da Igreja.
Para que isto aconteça, somos hoje interpelados na Liturgia da Palavra pela necessidade de atuarmos, em nossa vida, dois princípios basilares: ouvir e amar o Senhor. São condições definitivas para que as bençãos do Senhor cheguem até nós. Associadas a estas atitudes fundamentais somos também convidados a recordar e a temer o Senhor. Na verdade, estes quatro verbos expressam uma forma de viver, uma orientação dada à própria existência. 
A 1a Leitura deste Domingo (Deuteronômio 6,2-6) apresenta estas ações humanas, anteriormente citadas,  como necessárias para que o povo de Deus, após o período triste do castigo do exílio possa entrar novamente na Terra Prometida, com a disposição de viver uma nova realidade, fundamentada na fidelidade a Deus, que nunca deixou de cuidar de seu povo, mesmo nos momentos mais tristes. Deus pretende um novo começo para seu povo, portanto oferece novamente sua Aliança, pedindo tão somente a fidelidade à sua Lei. O cumprimento amoroso da Lei de Deus encherá o povo de alegria e será uma fonte de bençãos para todos. O contrário também é verdadeiro: a infidelidade à Lei do Senhor será sempre causa de tristeza e de desgraça. Nosso mundo hoje, em grande parte, está mergulhado nas trevas de uma total inversão de valores, criando monstruosidades no que diz respeito à pessoa, por exemplo, em relação à definição de sua sexualidade; no que diz respeito à questão da importância da família como Deus a pensou e a estabeleceu: pai, mãe e filhos; em relação à questão da liberdade, hoje tão massacrada não só por questões políticas, mas também por ideologias que se impõem violentando a consciência individual. São tantos os campos onde esta inversão se manifesta, sendo a causa de tantas desgraças e sofrimentos.
Na 2a Leitura (Hebreus 7,23-28) o autor sagrado nos apresenta o Sumo Sacerdote Jesus Cristo que nos salva e que sempre intercede por nós. Ele ofereceu pela nossa salvação um único e suficiente sacrifício na cruz. Somos beneficiários desta oferta generosa de sua vida. 
No Evangelho (Marcos 12,8-34) Nosso Senhor, interpelado por um mestre da Lei, apresenta a centralidade do amor e a autêntica escala de valores, que deve inspirar a nossa vida. O primeiro mandamento refere-se a Deus e à obediência amorosa de sua Lei. Deus não quer escravos: quer filhos obedientes. E o segundo mandamento refere-se ao amor ao próximo. Aí está a Lei que somos convidados a cumprir amorosamente, já que não é uma Lei de escravidão, mas sim de autêntica liberdade. 
A Eucaristia que recebemos a cada semana, na Santa Missa dominical, nos capacita a viver uma autêntica obediência à Lei de Deus, inscrita em nossas almas, para que, a exemplo de Jesus, sejamos fiéis adoradores de Deus e autênticos irmãos das demais pessoas. 
 

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