Jesus e os missionários de Gadara
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segunda, 13 de dezembro de 2021

Vimos na última coluna o encontro de Jesus e os endemoniados em Gadara (Mt 8:28-34; Lc 8:26-39). Neste artigo continuaremos estudando este relato a partir do ponto de vista do evangelho de Marcos (Mc 5:1-20), com destaque para a transformação dos ex-endemoniados, o pedido deles e da comunidade local, bem como a resposta de Jesus e suas implicações para nossa vida.
Com algumas poucas palavras Cristo havia expelido os demônios que estavam sob aqueles homens para uma manada de porcos que pastava perto daquela região. Eram cerca de dois mil porcos. Estes, por sua vez, ao receberem os espíritos imundos se precipitaram “despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram” (Mc 5:13). Os que cuidavam daqueles animais viram o ocorrido e contaram aos moradores da comunidade. Então, o gadarenos saíram ao encontro de Jesus e pediram para que ele se retirasse de suas terras (Mc 5:15-17). 
Cristo havia permitido que os espíritos imundos fossem para os porcos, porque sabia que esta comunidade estava absorvida pelas coisas terrenas em detrimento do que é espiritual. Estavam cheios de indiferença egoísta e mais preocupados com as perdas temporais do que com a vida humana. Não percebiam a misericórdia do Salvador. Tinham tanto medo de perder suas posses que aquele que venceu o príncipe das trevas foi tratado como um intruso (WHITE, 1898, p. 339). A presença de Jesus representava perda para os gadarenos, por isso, o expulsaram de sua cidade. De maneira semelhante, há muitos que expulsam Jesus de sua vida quando o comprometer-se com seus ensinos representa para eles perda de qualquer natureza. 
Em Mc 5:17-18 o pedido dos ex-endemoniados contrasta com o pedido do povo. Enquanto Jesus se preparava para deixar a cidade, eles pediram para acompanhá-lo em seu ministério. Cristo recusa o pedido e lhes dá uma missão, dizendo: “Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti” (Mc 5:19). O longo tempo de distanciamento social parecia desqualificá-los para a obra. Passariam grandes dificuldades entre seus conterrâneos, mas estavam prontos para ouvir a voz do mestre e obedecer. Saíram e pregaram em toda a Decápolis e assim receberam uma benção maior do que se tivessem ficado perto de Jesus para o mero benefício de si mesmos, já que é trabalhando para salvação de pessoas que somos trazidos para perto do Salvador” (WHITE, 1898, p. 340). Assim, Jesus não deixou aquelas cidades em trevas. Os dois endemoniados restaurados foram os primeiros missionários enviados a Decápolis. Eles não poderiam instruir as pessoas como os discípulos, mas tinham em seu corpo as evidências que Jesus era o Salvador. Eles poderiam contar o que viram, ouviram e sentiram do poder de Cristo. Como resultado do trabalho destes missionários, o posterior retorno de Jesus a esta região foi marcado por uma reação completamente diferente. Toda a Decápolis conhecia a respeito do Salvador e glorificavam ao Deus de Israel (Mt 15:29-31). Isto é o que podemos fazer hoje. Devemos compartilhar o que Deus tem feito em nossa vida, especialmente aos membros de nossa família. Este é o maior presente que podemos lhes oferecer! 
 

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